Como já é tradição em nosso site, após uma viagem fazemos um resumão, falando das estratégias usadas para cada viagem.
Sempre falamos por aqui mas não custa lembrar – planejamento é tudo, e desta vez também não foi diferente. Vamos lá?
Compra Antecipada de passagens com pontos
Fomos em Miami em agosto de 2017. Assim que retornamos, colocamos em discussão para onde iria ser a próxima Rota Kids. Os destinos da vez eram Portugal, Reino Unido, Sydney (Austrália) e Nova York. Bem eclético não?
Esta é a dica de hoje: Faça uma lista dos lugares que deseja visitar, e deixe o destino dar uma ajudinha. Quanto mais específicos forem suas datas e destinos de viagens, mais difícil é economizar.
Após definidos os destinos, começa a pesquisa. Aí vale visitar os blogs de viagens, Google Flights, Kayak e muitos outros, monitorando os destinos desejados. Temos um preço que achamos “justo” para cada destino – se os valores praticados (em pontos ou dinheiro) alcançarem este preço, compramos as passagens e definimos o destino. No caso de Nova York, as passagens para janeiro de 2018 foram compradas em 5 de outubro de 2017, cerca de 90 dias de antecedência, praticamente no limite do que consideramos a “janela ideal”, em que os preços são os melhores. A experiência nos mostra que entre 6 meses e 3 meses de antecedência, conseguimos ofertas muito boas. Para destinos mais afastados, a janela ideal pode ser a abertura do calendário – quase um ano de antecedência.
Passagens Aéreas – 57% mais barato que o preço de mercado.
Nesta viagem, seguimos nossas dicas de compra de pontos pelo KM de vantagens (que falamos aqui, aqui e aqui) para turbinar a aquisição de pontos e gastar muito menos. A vantagem desta estratégia era comprar pontos parcelados em 12 vezes. Esta estratégia não está mais tão boa, os preços subiram e os bônus encolheram, mas ainda pode ser um caminho para adquirir pontos rapidamente.
Emitimos as 4 passagens para NY totalmente com pontos, pagando somente as taxas. Os preços de passagens para NY neste momento estavam bem altos, comprar com pontos nos levou a um grande economia.
Somando o custo de aquisição de pontos + as taxas de embarque (destas você não escapa), gastamos 33% do valor cheio da passagem. Por algum motivo obscuro, a própria taxa de embarque era mais barata.
Hotel – 39% mais barato
Como gostamos bastante do Homewood Suites de Miami, procuramos outro hotel da rede Hilton em NYC. Porém a reserva direto do site da Rede Hilton não estava muito vantajosa – Os descontos eram pequenos, pelo cartão de fidelidade.
Nestes casos, pesquisamos o resgate através dos programas de milhas para ver se há alguma assimetria. Desta vez a oportunidade estava na Livelo – a reserva com pontos Livelo do Hilton Metropolitan saía mais barato que reservar direto em dinheiro no site da Hilton (sem contar o IOF). Como não tinha pontos suficientes na Livelo, paguei com pontos + dinheiro e a parcela em dinheiro pode ser parcelada em 10 vezes.
Trocando Pontos por Dinheiro
E os pontos do Hilton HHonors da última viagem? Bem, não era vantagem utilizar nesta reserva em particular, porém eu liguei minha conta HHonors à minha conta Amazon e converti os pontos em compras que fizemos na Big Apple. Os 42 000 pontos renderam 86 dólares de crédito na Amazon. Nada mau.
Passeios – 50% mais barato
Aqui aproveitamos ofertas de temporada. Várias das atrações pagas estavam com 50% de desconto, por ser inverno. Pegamos uma Nova York bem mais vazia e com preços mais atrativos. As promoções nas lojas também estavam excelentes.
Nota Final de Economia Rota Kids NY: 58% mais barato
As estratégias cruzadas nos deram um custo de viagem quase 60% mais barato do que se simplesmente comprássemos todos estes itens sem planejamento.
Menos despesas = Mais viagens!! Já estamos planejando as próximas!
Como sempre, começamos o dia cedo e partimos para um bairro tradicional da cidade, o lar dos imigrantes asiáticos sobretudo os chineses, Chinatown.
As Chinatowns foram criadas em vários países, por volta do século XIX e de acordo com as leis discriminatórias que proibiam a venda de terra a chineses ou restringiam tal venda a uma determinada área da cidade, segregando os chineses do resto da sociedade.
Esta área e arredores, principalmente a pracinha de Columbus Park, constituía a região de Five Corners, ponto central dos imigrantes mostrado no filme Gangues de Nova York, de Martin Scorcese.
Hoje, a de Manhattan, abriga também parte de imigrantes vietnamitas e de outras regiões da Ásia, que aqui têm suas lojas e comércio de produtos típicos de sua cultura, seja artesanato, comida ou vestuário.
Fomos de metrô até a pracinha que é o início da região de Chinatown e começamos a explorar.
No caminho, passamos por um lugar muito peculiar: Encontramos o African Burial Ground, monumento dedicado ao antgo cemitério de escravos que aqui se localizava:
Estima-se que 15000 escravos ou negros libertados foram enterrados nesta região da Lower Manhattan. Nova York teve a segunda maior população de escravos dos EUA, e em certo momento os escrqavos constituíam 1/4 da população.
Seguindo em frente, através de um quarteirão de prédios do governo, chgamos a Columbus Park, a pracinha bem nos limites de Chinatown.
Ainda bem cedo os playgrounds estavam bem vazios por conta do frio e do horário escolar, mas encontramos aqui já uma diferença: muitas pessoas de meia idade praticando yoga e tai chi, pacificamente cada um respeitando seu espaço e seu tempo.
Tudo é muito bem conservado e limpo, o conceito de espaço urbano de lazer e uso coletivo é respeitado ao pé da letra! As meninas gostaram muito de brincar e conhecer até novos brinquedos e opções de diversão e lazer público.
Depois de algum tempo no Columbus Park e arredores caminhamos pelo bairro e logo vimos uma rua repleta de casas funerárias e um cortejo funerário saindo, não fotografamos por receio de estar desrespeitando o momento e a cultura desse povo, mas foi bem curioso!
Notamos que muitas ruas tem seus temas: as ruas das comidas, dos utensílios de cozinha, dos produtos frescos, dos artefatos de ouro… Tudo escrito em chinês e quase nada visível de inglês. Parece que nos transportamos para outro continente.
Comida exposta na vitrine, muitos patos…
Vista de uma das ruas, ainda era cedo para a movimentação do transito
Muitas ruas repletas de pequenas lojas, muitas vendendo frutas, legumes e verduras frescas e muitos açougues vendendo especialmente patos. E restaurantes que anunciavam especialidades feitas com pato. No entanto já havíamos escolhido aonde almoçar: O restaurante Jing Fong
A Jing Fong foi fundada em 1978 como um restaurante e ao entrar e subir as grandes escadas rolantes, você encontrará uma atmosfera movimentada que incorpora todos os elementos essenciais do “yum cha” – um brunch tradicional de dim sum – do jeito que deveria ser.
Foi assim que adentramos nesse mundo oriental e fomos convidados a sentar e nos servir. Cada mesa comporta 8 lugares, você recebe uma cartela com os pratos a serem servidos e as “garçonetes”passam com carrinhos cheios de pratos diversos, ao escolher uma iguaria ela serve e marca na sua cartela o prato que foi servido para consumo. Assim ao final da refeição, que pode durar o tempo que desejar ou que seu estômago aguentar, é só ir ao caixa e acertar a conta. Prático não? Sim mas alguns pratos eram, digamos um pouco exóticos demais e elas não falavam muito bem o inglês e nós tão pouco mandarin, no?
Os carrinhos passam direto uma atrás do outro com pratos doces e salgados, muitas vezes é até difícil distinguir uma iguaria doce de outra salgada, faltou estômago pra provar um pouco de cada coisa. E ainda pode-se ir ao balcão e servir-se de outros pratos quentes como yakisoba e outras massas. Uma dica é ir no site do restaurante, eles tem fotos de todos os pratos, ou pelo menos os principais.
Saímos dali fartos e ainda procurando um lugar para comprar pequenas lembranças dessa cultura oriental, mas no final eram tantas opções que ficava difícil escolher.
E claro mesmo com todo frio do mundo não deixaríamos de provar o sorvete da Chinatown Ice Cream Factory, com sabores tão exóticos quanto os nomes, nem mesmo o atendente soube me explicar que gosto tinha o tal sorvete verde e o roxo.
De fato eram uma delícia, parecia um misto de tuti-fruti e batata doce!
Próximo dali ainda na região dita Lower Manhatan encontramos a Igreja da Transfiguração (construído em 1801 como Sião Igreja Episcopal Protestante 1853 comprado pela Arquidiocese de Nova Iorque), na esquina das Ruas Mott e Mosco.
Muito peculiar e mostra mais uma face da cidade que outrora já se mostrava globalizada, seja culturalmente ou religiosamente falando.
A igreja tem missas em inglês e cantonês e é a maior congregação chinesa católica dos Estados Unidos.
Como o dia ainda não havia terminado mas nossa programação para ele talvez sim, resolvemos repetir um programa que gostamos muito, e voltamos ao cinema. Desta vez fomos ver Peter Rabbit que havia acabado de estreiar – e novamente as meninas se divertiram muito e compreenderam o filme mesmo sem conseguir traduzir ao pé da letra tudo que ali havia sido dito. Valeu de novo Cultura Inglesa!
No dia seguinte ainda conseguimos dar uma última volta no Rockfeller center e arredores antes de ir ao aeroporto, novamente de metrô, e pegar nosso voo de volta ao Rio, mas já com saudades dessa cidade!
No mais assim termina a nossa aventura na Big Apple e já nos preparando para novas viagens, e voos ainda mais longe…
Vá sem medo no Jing Fong. Pode pedir bastante coisa e comer muito, mesmo sem saber o preço de cada item (estão em chinês!!). A conta total para nós quatro deu 53 dólares.