Viajar para o outro lado do mundo tem esse pequeno problema. Até a gente acertar o fuso, fica acordando antes mesmo das galinhas! O que não é de todo ruim, afinal “Deus ajuda a quem cedo madruga” não é mesmo? E nosso roteiro para esse dia era para ser feito a pé,visitando atrações ao ar livre que já estariam abertas a visitação.
Tomamos nosso café no quarto do hotel, com as coisinhas que compramos no dia anterior no supermercado. Em seguida, fomos em direção ao Hyde Park (na Austrália veremos nomes de ruas, parques e avenidas muito similares aos de Londres e de outras partes da Inglaterra, já que o país-continente é parte da Commonwealth), um parque bem localizado e extenso, onde encontram-se alguns atrativos turísticos bem interessantes, além da beleza do jardim em si. Apesar do frio naquela hora, a temperatura foi esquentando um pouco ao longo do dia. Ainda estava amanhecendo!
Fomos passeando a pé pelo parque. Passamos pelo ANZAC Memorial (para quem não sabe o termo ANZAC foi utilizado na primeira guerra mundial para designar as forças armadas da Austrália e Nova Zelândia, ANZAC =Australia and New Zealand Army Corps), também fechado a essa hora da manhã, mas pouco importava, o complexo todo e o prédio pelo seu exterior já transmitia a idéia e o conceito do Memorial. Ainda ao redor no próprio parque encontramos esculturas que também nos remontariam à guerra e ao horror que aqueles soldados passaram nos conflitos mundiais. Um dos motivos pelos quais fizemos essa viagem foi que Isabel, em um projeto do colégio desenvolvido pela Cultura Inglesa, estudou esse país e ficou curiosa em conhecer, por isso entrou para nossa lista de lugares a visitar. Eles inclusive fizeram a receita do ANZAC biscuit que eram enviado aos militares durante a guerra.
Destaca-se o enorme espelho d’água à frente do Memorial, onde as aves iam beber água. Foi a primeira vez que vimos as Cacatuas ao ar livre, fazendo seu alvoroço junto com os outros pássaros, e assim a Austrália começava a nos mostrar os seus inusitados animais mesmo no meio do centro urbano.
Nossa primeira parada e visita de fato foi à Catedral de St. Mary, uma construção neo gótica que foi a primeira igreja católica da Austrália. Na realidade, esta é uma reconstrução da original, já que a mesma foi incendiada por volta de 1865 e já era inspirada em estilo gótico do século XIII. Por isso as características estilo-arquitetônicas foram preservadas desta maneira, incluindo as torres na fachada principal e seus pináculos apontando para os céus e a rosácea no centro, mas com proporções ainda menores que as góticas européias eu diria.
A visita à nave principal da Igreja é gratuita porém as fotos são restritas e sem flash em momento algum. O interior é riquíssimo em detalhes em madeira e inúmeros altares e imagens de Santos que chamam atenção pela beleza e preservação. Isabel aproveitou para tirar uma foto com sua Santa predileta: Santa Teresinha (ela nasceu no dia dedicado à devoção a esta Santa, 01 de outubro). Já a visita à cripta é restrita. Começa apenas a partir das 10:00 horas da manhã e é paga à parte. Por este e outros motivos não fizemos a visita à cripta, pois não eram nem 8:00 horas ainda.
Vista da fachada frontal da igreja de St Mary
Nessa altura do campeonato, para quem começou o dia tão cedo a fome já batia a nossa porta e antes de irmos ao próximo atrativo, paramos em um café para comer alguma coisa, tomar um chocolate quente e depois seguir.
Avante, rumo ao Museu Australiano, um misto de museu histórico e de história natural. Sempre é uma visita muito interessante esse tipo de museu, mostra um pouco da história do país, de seus moradores ilustres e dos povos que formaram essa nação.
Esse museu tem ainda espaços dedicados aos inúmeros animais australianos, marsupiais, mamíferos, aves, répteis, entre outros, e ainda conta com apresentações em horários marcados com luzes, sons e imagens que também procuram ilustrar um pouco do que é esse país insular tão peculiar e curioso e ao mesmo tempo maravilhoso. As meninas se divertiram descobrindo novas espécies, espécies esquisitas, e até engraçadas. Com criança tudo pode virar graça né?
Almoçamos no restaurante do museu mesmo. Lá de cima temos uma vista muito bonita até da Baía de Sydney e da Opera House. Seguimos dali a pé pelo Botanical Gardens, um parque com uma beleza natural muito rica e com recantos paisagísticos que encantam pais e filhos. O parque estava muito bem cuidado, contando com as mais variadas espécies de plantas e flores, árvores e arbustos. Além disso contava com espaços de convivência, onde as pessoas alegremente sentavam-se para fazer piqueniques ou passear de bicicleta à beira da baía de Sydney. Muito semelhante à dinâmica do nosso Aterro do Flamengo, porém melhor cuidado e com um pouco mais de infraestrutura.
Na realidade, se olharem no mapa do local parece que andamos muito, mas quando o passeio é agradável, com belas paisagens os quilômetros passam e nem sentimos o cansaço de fato. Assim, chegamos na baía de Sydney, que tem como destaque na paisagem a grande obra da arquitetura moderna, projetada por John Utzon, cuja solução esférica no conceito projectual foi um grande desafio para a engenharia. Estou falando da Ópera House de Sydney, um dos principais cartões postais da cidade e um daqueles pontos turísticos que tem que ir para ver de perto, mas daí a conseguir assistir a um espetáculo…
Tem que ter alguns requisitos: gostar de ópera e ter muita vontade de ir, porque os preços dos ingressos são beeemm salgados e como as peças eram com temas mais adultos, não eram pertinentes para as meninas. No entanto, há eventos infantis acontecendo de tempos em tempos, e infelizmente não nos dias que estaríamos em Sidney.
Não importa, mesmo visitando apenas os exterior valeu a pena. Essa obra é um projeto contemporâneo às obras modernas de Oscar Niemeyer em Brasília (décadas de 50 e 60 do século passado), onde nosso mestre da arquitetura também usava e abusava de curvas e do concreto criando formas ousadas que tiravam o sono de engenheiros e calculistas. Então de fato visitamos o exterior, o foyer/bilheteria e a gift shop, onde pode-se encontrar muitos artigos de objetos remetendo à Ópera House e até mascotes do lugar cujo formato remontam às conchas características do edifício.
No site ou no balcão pode-se reservar também uma visita guiada, que também achamos o preço inadequado para nosso grupo. Há ainda uma sala com entrada gratuita com uma exposição específica sobre o autor do projeto mas que infelizmente estava fechada para um evento privado de alguns turistas asiáticos. Ficamos meio frustados, não vou negar, mas os infortuitos acontecem e precisamos aprender a lidar com eles!
Não importa, o sonho da loira de conhecer o lugar que ela tanto desenhou e estudou no já referido projeto da escola, havia sido realizado. Só neste dia ela já tinha conseguido ver duas coisas que ela tinha estudado, ANZAC Memorial e Ópera House de Sydney. Faltava o Koala, e não queria só ver como fazer carinho no bichinho também.
A viagem estava só começando e esse dia já estava chegando ao fim, cansados, dali resolvemos pegar o metrô para voltar ao hotel, afinal, não tínhamos mais pernas para caminhar todo o trajeto de volta. Mesmo assim ainda deu para fazer algumas comprinhas e jantar antes de encerrar de vez o dia no hotel, e obter o descanso dos justos e felizes viajantes.
See Ya.
Dicas deste post:
- Mesmo estando no inverno, estava muito agradável para passear ao ar livre. Todo este circuito que fizemos engloba uma área de aproximadamente 2km x 2km, super tranquilo de fazer em um único dia.
- A área central de Sydney, próxima ao Hyde Park, concentra diversos hotéis. É um bom lugar para se hospedar e poder visitar vários lugares à pé.
- O trânsito de Sydney é intenso e os estacionamentos bem caros – prefira o transporte público e o Uber.
- St. Mary’s Cathedral: https://www.stmaryscathedral.org.au/
- Museu Australiano: https://australianmuseum.net.au/
- Royal Botanic Gardens: https://www.rbgsyd.nsw.gov.au/
- The Opera House: https://www.sydneyoperahouse.com/
- Para saber mais do ANZAC e o memorial: https://www.anzacmemorial.nsw.gov.au/
Sensacional!!!! Muito bom o post!!! E a viagem? Super-hiper legal!!! Deu muita vontade de conhecer Sydney! Quem sabe no futuro!!! Parabéns RotaKids pelo excelente post, muito explicativo! O leitor se sente lá!!! Que venham mais posts e, sobretudo, mais viagens, quando Deus permitir!!!
Obrigada. Quem sabe não voltamos todos juntos?