On the road again: próxima parada, Townsville [Rota Kids Down Under, dia 6: 25/07/2019]

Depois de um dia de muitas conquistas, aventuras, diversão e realização de sonhos, era hora de deixar para trás a capital do mergulho australiana e pegar a estrada de volta a Sydney.  Algumas razões nos levaram voltar por meio rodoviário e não aéreo como na ida para Cairns.  O primeiro era que como o Rafael havia mergulhado com cilindro a uma profundidade de mais ou menos 20 metros, ele  teria que esperar pelo menos  24 horas para poder voar, para não haver riscos de doença descompressiva.

A segunda razão e a mais agradável, é que dessa forma poderíamos conhecer outros lugares no litoral leste da Austrália e apreciar a paisagem.   Nós curtimos viagens de carro e esta parecia ser a oportunidade perfeita.

No entanto, essa viagem precisou ser muito bem planejada pois seriam pelo menos 2900 km de estrada a percorrer, e cada cidade de parada não deveria ser muito distante da outra, de modo que o Rafael não tivesse que dirigir por mais de 6 a 8 horas seguidas por dia (lembrando que só ele dirige nessa família!).   E ainda escolhemos cidades que tivesse hotéis do grupo Accor, para utilizarmos nossos pontos e assim economizarmos ainda mais, e que tivessem algum atrativo turístico, nela ou próximo a ela, que fosse relevante.

Esboço do nosso roteiro de carro, com as principais paradas em vermelho.

Muito bem, antes mesmo do horário do checkout e de ir pegar o carro na agência, resolvemos ir até o shopping de Cairns para comprar algumas coisas para a viagem, e claro que acabamos por ver outras coisas também. Depois,  enquanto eu  e a Bia retornávamos para o hotel para ajeitar tudo nas malas e descer para o checkout, Rafael e Isabel foram na frente direto para a agência pegar o carro e nos encontrarem na porta do hotel.  Já que o checkout era simples, não havia nenhum extra , era só entregar as chaves mesmo.
Logo após pegar o carro, eles foram até uma loja de equipamentos de mergulho – como Cairns é uma das principais cidades mundiais de mergulho, há toda uma estrutura de comércio e serviços voltados para a atividade.  Assim, Rafael pesquisou na internet e encontrou uma loja inteira especializada em fotografia submarina, e aproveitou para comprar um flash para a câmera dele.

Tudo certo , checkout feito. Ele chegou, colocamos as malas e as meninas no carro (mais uma vez um carro enorme) e  embarcamos na nossa primeira rota, com destino a Townsville, que fica 350km ao sul de Cairns.

Rafael estava meio apreensivo pois na Austrália  se dirige com a mão inglesa e ele nunca havia dirigido assim.  Já na primeira rotatória (e aqui tem muitas), ele acabou se confundindo e olhando para o lado errado, fechando um carro que por azar era o carro da polícia(!), mas os caras apenas ligaram a sirene alertando o erro e deixaram passar, ufa!  Devem estar acostumados com os turistas que dirigem do lado “errado”…  Outra coisa inusitada é que usualmente a alavanca da seta fica do lado esquerdo do volante, e a alavanca do limpador de para-brisas fica do lado direito.  Aqui é também ao contrário – limpador na alavanca da esquerda e seta na alavanca da direita – Então tivemos vários episódios de mudar de faixa e ligar o limpador…

Demorou um tempo para adaptar a mão esquerda, até eu entrava no carro do lado errado muitas vezes.

Carro aprovado! Kia Carnival
difícil de adaptar até com o tamanho do carro e o painel com tantas funções
Mala gigante que nem precisava arrumar muito as coisas era só meio que jogar td lá…

A estrada é muito bem sinalizada, inclusive com diversas placas sinalizando o tipo de bicho que poderíamos ver na mata ao redor da estrada ou até mesmo que pudesse cruzar a pista. Poderia ser um Koala, um Canguru, um cavalo selvagem ou outro.  Passamos por paisagens diversas e peculiares com belas praias e parques no caminho a Townsville.

No entanto a distância era grande e tivemos que sair um pouco da estrada e entrar na cidade de Ingrahn para comer, descansar um pouco, abastecer o carro e o corpo.  Comemos no KFC,  que tinha a mesma comida que temos aqui no Brasil, o frango é igualzinho!  Só os acompanhamentos que são um pouco diferentes e as porções são verdadeiramente enormes!  Engraçado que haviam muitos adolescentes uniformizados, provavelmente vindo da escola ou indo, que são sempre iguais mesmo do outro lado do mundo: brincando entre si, contando o dinheiro pra comprar o sorvete…

Ainda em Ingham, aproveitamos para passar no Woolworths, que era atrás do KFC e comprar alguns suprimentos para a viagem de carro – lanches rápidos, pão e outras coisinhas.  Assim fizemos a digestão e descansamos um pouquinho mais antes de seguir.

Pista boa mas não tem muito acostamento, em contrapartida tem uma vista…
Entre mata e montanhas
O mar e as montanhas, paisagens de se admirar
Ficamos impressionados com os carros, furgões com as marcas de onde já haviam passado mas ver a Mistery Machine foi demais!

A região de Townsville é produtora de cana-de-açúcar, com paisagem e clima muito similares aos que vemos no norte do estado do Rio de Janeiro.

Chegamos em Townsville depois de percorrermos 335 km aproximadamente, e  já era bem de tardinha.  Nos hospedamos desta vez no hotel Mercure Townsville, que tinha uma estrutura mais rústica, com quartos menores e por isso ficamos em dois quartos desta vez, que eram um ao lado do outro. Por sorteio, eu fiquei com a Bia, e a Bel com o Rafael.

A fidelidade com a rede Accor nos dá além de pontos para trocar por hospedagem, algumas regalias como já mencionamos em diversas situações aqui no site em outras viagens, e essa foi uma delas.  Chegando no quarto a TV estava ligada com uma mensagem de boas vindas com o nome do Rafael. Tinha um bilhetinho e mimos, além da cerveja local de brinde!  Bom pra mim, porque cada quarto recebeu uma cerveja, mas só eu bebo cerveja nessa família! 🙂

Mensagem de boas vindas na tela da tv de cada quarto.
Água, cerveja e chocolatinho ( confesso que não nos agradou muito o chocolate)
Loira já instalada no seu quarto com Papai

Como estávamos cansados da viagem, resolvemos ficar por ali mesmo, jantar no restaurante do hotel.  Estava bem cheio, acho que por causa de alguma reunião ou coisa parecida, porém o ambiente estava bem animado. Pedimos Pizza e bebidas (2 novamente cortesia graças à fidelidade Accor) e ficamos conversando e reparando no diferente sotaque australiano e em como eles falam algumas palavras de maneira até engraçada, very Noice (nice)!

Bel e a soda de frutas vermelhas refrescante
Um brinde à viagem
Pizza e Vinho como gostam os Donnici

Realmente começamos a perceber como o povo australiano é simpático e alegre, parecido com o brasileiro, sempre tinha alguém que puxava conversa e perguntava de onde a gente era – e se espantavam ao  saber que éramos brasileiros, mas que além disso estávamos vindo de Cairns em direção a Sydney.

Perguntavam se estávamos gostando da viagem e se já tínhamos visto Cangurus e Koalas.  De fato, até aquele momento, tínhamos visto apenas empalhados e no zoológico em Sydney, mas ainda haveríamos de ver muitos pelo caminho e em outros parques nas cidades que visitaríamos na nossa road trip, que estava apenas começando.  A idéia para o dia seguinte era curtir mais um pouco o hotel e depois pegar novamente a estrada, com destino a MacKay.

See ya!

Dicas deste post:

  • Se você for fã de mergulho, Cairns pode suprir suas necessidades de equipamentos por preços competitivos com os principais centros americanos.  Como há diversas lojas espalhadas, pesquise com antecedência para não perder muito tempo procurando aquele tão desejado equipamento.
  • Compramos nosso flash de mergulho na Digital River – loja pequena mas lotada de equipamentos e com um atendimento maravilhoso: http://www.digitaldiver.com.au/
  • Mesmo que o equipamento ou acessório de mergulho não passe da sua cota de importação (500 USD), recomendo fortemente que o item seja declarado na entrada no Brasil.  Isso evitará transtornos em viagens posteriores, caso deseje sair do país com os equipamentos comprados.
  • Para quem não está acostumado, a mão inglesa é muito complicada, pelo menos nas primeiras horas.  Faça como a gente, coloque um papelzinho junto ao para-brisa para te lembrar de que lado os carros no sentido contrário devem passar!
  • Ainda sobre a mão inglesa – O território de Queensland possui inúmeras rotatórias nas suas cidades, o que simplifica o trânsito enormemente, mas requer atenção para olhar para o lado certo (rotatória é no sentido horário e a preferência é dos carros à direita).
  • Dirigir em Queensland é bem diferente de dirigir no Brasil – podemos passar várias horas sem cruzar com nenhum veículo ou lugar para parar.  Fique atento no planejamento para calcular as distâncias, atenção ao combustível e tenha sempre lanche e líquidos a bordo.

 

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