Memorial 11 de Setembro e preparação para a Broadway [RotaKids NY day 5: 06/02/2018]

Amanheceu mais um dia ensolarado e gelado. Nossa primeira parada de hoje, na realidade está relacionada ao que faremos no dia seguinte. Explico.

Quando se pensa em ir a New York algumas coisas vem à mente, e uma delas sem dúvida é a Broadway e seus musicais. Não podíamos perder a oportunidade, no entanto ninguém quer que essa experiência seja ruim e nem que seja extremamente cara. Uma das dicas que recebemos foi de procurar ingressos mais baratos em pontos de venda TKTS, onde você encontra ingressos para o mesmo dia ou na matinê do dia seguinte por preços até 70% mais baratos.

Como já havíamos pesquisado bastante quais as peças que poderíamos ver, estávamos entre o Alladin e School of Rock.

Saímos bem cedo do hotel em direção ao posto da TKTS que fica na área antiga da cidade. A idéia era chegar lá na hora da abertura. Conseguimos chegar um pouco antes, e já tinha uma fila de umas 20 pessoas!

Dos musicais que nos interessam, School of Rock estava disponível com um desconto de cerca de 60%, então compramos este. Escolhemos o ingresso para a platéia central. Nos ingressos promocionais da TKTS, não dá para escolher o local exato, apenas o setor. Escolhendo o setor e aceitando o preço, eles te dão os melhores ingressos juntos e disponíveis. Ao receber os ingressos, após pagar, é que vemos a real localização dentro do setor escolhido. Acabamos conseguindo ingressos em lugares ótimos para a matinee do dia seguinte para o espetáculo School of Rock! Mas isso é para o post sobre amanhã…

Ingressos comprados, aproveitamos para dar uma passeada e ver a região, afinal o “posto” TKTS era próximo às docas (South Street Seaport) e dava pra ver alguns barcos bem peculiares eu diria.  Estes navios fazem parte do Seaport Museum e ficam abertos para visitação.  O da foto abaixo é o Ambrose,  que é um navio farol de 1907.  Ele guiava os navios para entrarem com segurança na Baía de Nova York, cheia de bancos de areia e outros perigos.

Parece que o Popeye vai sair de dentro dele a qualquer momento!

Outro que chamou nossa atenção foi o Wavertree, navio cargueiro de 1885, que deu quatro voltas ao redor do mundo, carregando as mais diversas cargas e depois encalhou em NY.  Foi restaurado posteriormente e virou atração do Seaport Museum.

Outros são mais imponentes!
A vista da cidade antiga, história e curiosidade!

Visitar a NY antiga é redescobrir a história desse povo, as meninas nunca tínham imaginado que um dia Nova York teria se chamado Nova Amsterdã, em 1626. Somente em 1644 foi tomada pelos Britânicos e passou a fazer parte do Império do então Rei Carlos II que então mudou o nome para para Nova York,e concedeu as terras para seu irmão, o então Duque de York (futuro Rei Jaime II da Inglaterra).  Nota-se a influência holandesa e de outros povos que habitaram a ilha e arredores, como os judeus portugueses. Sempre foi considerando um importante ponto de comércio e negócios, e assim é até os dias atuais.
Seguimos andando pelas ruas antigas (que tem nomes, e não números!) até chegarmos ao Memorial dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Já do outro lado do monumento, vemos um painel marcante em homenagem aos bombeiros que pereceram naquele dia:

“Never Forget”

Foi um tanto difícil para elas entenderem a grandiosidade da tragédia que ali havia ocorrido, visualizar que naquele mesmo local existiam dois enormes prédios repletos de escritórios comerciais onde trabalhavam milhares de pessoas todos os dias e que em poucos minutos virou pó!

Tristes em frente aos nomes das vítimas do 11 de setembro. O que restou foi um imenso buraco que chora suas vítimas até hoje.

Muito mais difícil é compreender o porquê uma pessoa iriam fazer uma maldade tão grande dessas! No entanto depois que entramos e elas começaram a ver os vídeos, ouvir os relatos e ver os destroços e objetos encontrados em meio aos escombros da tragédia, elas começaram a entender e a se indignar com a maldade humana que faz um outro ser humano se matar e matar outros milhares de seres humanos apenas por discordar de suas idéias. Nós sabemos que é muito mais complexo que isso, mas já era o bastante para elas assimilarem e entenderem.

O grande buraco como marco do 11 de setembro, simbolismo e reflexão

Q

Sempre uma rosa branca no nome do aniversariante do dia

O Memorial começa pelas obras no seu exterior os dois grandes vazios por onde corre a água dentro de outro vazio. Na mureta ao redor estão os nomes da vítimas do atentado. A fundação que administra o memorial coloca uma flor branca no nome da vítima no dia do seu aniversário, uma maneira de homenagear e lembrar cada uma dessas pessoas.

Uma grande torre espelhada , Freedom Tower, substituindo as duas do World Trade Center

Depois de um concurso de arquitetura mundial o projeto vencedor, “Reflecting Absence”, de Michael Arad, em conjunto com o paisagista Peter Walker, apresentou segundo os jurados do concurso uma articulação ao mesmo tempo simples e poderosa dos vestígios das Torres Gêmeas, transformando os vazios deixados pela destruição em símbolos essenciais do sentimento de perda. Assim, nessa concepção a ausência fala por si mesma, os autores do projeto fizeram da força desses vestígios a base conceitual deste memorial.

Uma pereira foi a árvore sobrevivente
Na paisagem do inverno nem parece o símbolo da vida, mas é a vitoriosa!

Esse vazio é somente preenchido quando olhamos na praça ao redor e vemos um bonito bosque, ainda com árvores novas, circundando todo o monumento, lembrando-nos que a vida é um eterno renascimento. Apenas uma delas é remanescente original, mas mesmo as outras estão ali para nos consolar das perdas através da sua regeneração. O memorial nos mostra a preservação dos vestígios, permite acesso aos alicerces, enquanto reconecta este lugar com o tecido urbano da cidade e com sua comunidade.

Após a visita externa ao memorial, fomos para o museu, que conta a história daquele 11 de setembro que ficou marcado na história.

Um pouco da história do WTC, afinal nenhumas das nossas filhas era nascida quando ocorreu o atentado trágico!

Eu mesmo não me recordava que em 1993 já havia ocorrido outro atentado no WTC que ainda bem não foi tão bem sucedido. O memorial conta toda a história das torres gêmeas, desde da construção e os atentados sofridos e como a fundação do memorial cuida para que o desastre não seja esquecido.

Isabel ficou muito tocada e se perguntava o tempo todo como alguém foi capaz de desviar um avião de sua rota e fazê-lo explodir de encontro a um dos maiores cartões postais do mundo, levando consigo outras pessoas, passageiros daqueles voos que nada tinham a ver com o terrorismo, e ainda matando as pessoas que estavam no prédio, ferindo outras tantas que tentaram resgatar os feridos e acabaram perdendo suas vidas ou adiquirindo doenças apenas por respirarem aquela poeira tóxica.

Toda a cronologia dos eventos explicada de forma detalhada
Algumas partes restantes dos prédios originais(muro de contenção do Rio Hudson)

O museu apresenta ainda parte da histórias dessas pessoas, desses heróis sem capa, espada ou superpoderes. Bombeiros, policiais e cidadãos voluntários e humanitários que ali tentaram amenizar a dor sem tamanho e como muitos deles acabaram perdendo também suas vidas. Há toda uma área restrita a fotografias que não poderemos aqui mostrar e nem tão pouco conseguiremos traduzir em palavras tudo que vimos lá, mas sem dúvida a tragédia foi muito maior que qualquer noticiário possa ter mostrado e é sem dúvida uma visita à história, à tristeza, ao pesar, ao mesmo tempo que é uma visita ao terror e falta de humanidade.

Placa dedicatória WTC day 4 de abril de 1973, data da fundação dos edifícios.
Destroços de um caminhão de bombeiros utilizado no resgate às vítimas, que acabou sendo uma também.

Uma mostra que o ser humano pode vencer dificuldades e se transformar, unindo forças e lutando contra todo dificuldade que aparecer e assim aprender e se reinventar novamente. É sem sombra de dúvida, uma visita muito forte e confusa para a cabecinha das crianças, não acho que em qualquer idade elas entenderão a complexidade do assunto.

Como nota de esperança, há no museu um grande mais, onde são projetadas as mensagens que as pessoas digitam em tablets, mostrando a união dos povos contra atos tão horrendos.

Escrevendo mensagem de paz, a sua mensagem aparece no enorme painel na parede

Almoçamos ali perto e depois visitamos algumas lojas para compras e lazer enquanto caminhávamos pela famosa avenida da Broadway, antes de enfim voltar para o hotel onde comemos um lanche no quarto e descansamos para o novo dia de aventuras na Big Apple amanhã.

See Ya

  • Aqui tem os endereços dos quiosques da TKTs.  Gostamos de ir no de South Street Seaport por ser mais vazio.  
  • Mais sobre o South Street Seaport Museum pode ser visto aqui
  • E sobre o memorial e museu de 11 de setembro, aqui
  • Na lateral do museu do 11 de setembro tem umas maquininhas que vendem o ingresso, podendo pular as filas da bilheteria.  Todos parecem ignorar essas maquininhas… 
  • Para comprar ingressos na TKTS, pesquise antes algumas peças que deseja ver e então procure aquela que estiver disponível.  A economia pode ser muito grande.
  • Ao visitar esta parte sul, antiga de Manhattan, note como toda a cidade é montada diferente.  Compare depois com os quarteirões retinhos de Midtown.
  •  Em frente à grandiosa estação do metrô do memorial de 11 de setembro, fica a loja de departamentos Century 21.  Vale a visita.
  • Nas ruas ao redor do Memorial há umas lojinhas de souvenirs bem pitorescas, com diversas lembrancinhas da cidade.